Complexos...
Ontem, tive um jantar bastante agradável com um casal de amigos aqui de Amesterdão, um deles é madrileno. Começamos a jantar às 20.30 (hora impensável para os holandeses), bebemos vinho, e ficámos na mesa até às 00:30. Um daqueles jantares a que estamos habituados em Portugal, sem preocupação de nos deitarmos cedo (claro que hoje o humor não é o mesmo dos outros dias). Mas, a meio da conversa, onde tentava explicar delicadamente que gosto mais de Barcelona do que de Madrid, a “Cimeira”Ibérica mudou para o assunto Portugal. Fernando, o espanhol, fez-me uma pergunta:
"Porque é que os Portugueses têm tanto complexo de inferioridade em relação a Espanha, à Europa e até em relação ao Brasil?"
Eu fiquei sem saber o que dizer, porque, com excepção ao Brasil, acho que temos mesmo um complexo de inferioridade em relação a outros povos da Europa. Em especial com os castelhanos. (talvez por isso se explique o facto de nós portugueses gostármos mais de Barcelona, já que nos sentimos mais de igual para igual). E terá esse sentimento alguma razão de ser? Não deviamos ser todos um pouco mais arrogantes, à lá Mourinho?
Fica aqui a pergunta. Temos mesmo esse complexo de inferioridade? O que acham?
Gracias, perdão, Obrigado.
"Porque é que os Portugueses têm tanto complexo de inferioridade em relação a Espanha, à Europa e até em relação ao Brasil?"
Eu fiquei sem saber o que dizer, porque, com excepção ao Brasil, acho que temos mesmo um complexo de inferioridade em relação a outros povos da Europa. Em especial com os castelhanos. (talvez por isso se explique o facto de nós portugueses gostármos mais de Barcelona, já que nos sentimos mais de igual para igual). E terá esse sentimento alguma razão de ser? Não deviamos ser todos um pouco mais arrogantes, à lá Mourinho?
Fica aqui a pergunta. Temos mesmo esse complexo de inferioridade? O que acham?
Gracias, perdão, Obrigado.
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on sexta-feira, agosto 05, 2005 at sexta-feira, agosto 05, 2005.
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sexta-feira, 05 agosto, 2005Eu tenho um misto de admiração e raiva pelos Espanhóis. Admiração de alguns políticos, como Zapatero ou Felipe Gonzalez, e pelas políticas sociais que adoptam(acho que aí os políticos portugueses só importam de Espanha aquilo que lhes interessa). E pelo facto de mostrarem ao resto da Europa que o avanço social, económico e tecnológico tb pode acontecer num país Latino, do Sul...e com bom tempo.
Posted byE também por alguns avanços fantásticos com que eles transformaram produtos de qualidade duvidosa, em algo apetecível. Ex: Zara.
Mas sinto um pedaço de raiva por sermos tratados como mais uma província, pelas barreiras que levantam aos produtos portugueses, e pela indiferença que nos têm.
Tenho raiva que dependamos tanto deles para chegar à Europa. Acho que no fundo, no fundo, espero que um dia Espanha se parta em vários países para que, aí, todos os eles, os que compõem a Pen. Ibérica (Portugal, Catalunha, Galiza, País Basco e Espanha/ Castela) sejam mais equilibrados.
No entanto, e estado a viver num país do Norte da Europa, é quase assombrosa o quão próximos estamos dos Espanhóis. Em alguns hábitos, em aspectos físicos, na língua, etc. O que não me deixa de irritar um pouco ser confundido com um espanhol.
Resumnido. Acho que os portugueses deviam tratar os espanhóis exactamente da mesma forma como eles nos tratam. E deveríamos era tratar mal os nossos políticos, isso sim!
este ainda foi mais longo....
sexta-feira, 05 agosto, 2005
«Mas sinto um pedaço de raiva por sermos tratados como mais uma província, pelas barreiras que levantam aos produtos portugueses, e pela indiferença que nos têm»
Posted byPegando neste parágrafo teu, Fil, sou obrigado a admitir que nós somos tratados como provincianos porque nós mesmos nos vimos como provincianos. Se nós, portugueses, olhamos com desdém para aquilo que temos (porque será?) não devemos esperar que sejam os estrangeiros, companheiros europeus ou não, a descobrir o que temos de melhor. Porque as evidências são catastróficas. Não é por acaso que as únicas coisas portuguesas que os estrangeiros conhecem é um Eusébio dos anos 60, a Amália e o Figo.
sexta-feira, 05 agosto, 2005
Mas como é devemos dar a volta à coisa?
Posted bysexta-feira, 05 agosto, 2005
Concordo plenamente. Quando dizia que aqui na Holanda me acho bastante parecido com os espanhóis, é obvio que estou a falar desde a cidade mais multicultural da Europa. Só em Amesterdão (con)vivem 200 nacionalidades diferentes. Por isso é normal que me sinta mais próximo dos Espanhóis.
Posted byMas acho que a receita é essa, reagir, agir, e não apenas sermos subservientes e baixármos os braços só porque eles são maiores e por vezes, mas nem sempre, melhores.
Se calhar levo este duelo demasiado a sério. Mas quando se está fora todos os sentimentos patriótas são elevados ao cubo.
Mas reforço a ideia que somos muito diferentes, e, se calhar, fez-nos falta a tal participação na II Guerra e as suas demais consequências. Para, ao menos nos sentirmos sermos mais unidos e deitar por terra o maior sentimento que perdura na sociedade portuguesa: a inveja!
sexta-feira, 05 agosto, 2005
O futuro está no Alentejo !!!
Posted bysábado, 06 agosto, 2005
FG, o que foste tu fazer! Levantar a alma lusitana do fundo da sua letargia. Quanto o resto, não é de inferioridade o meu complexo com os espanhóis. Acho-os óptimos, desde que colocados no seu devido lugar. Se há complexo é de infelicidade. Tanto país civilizado no mundo e tinha de nos calhar a Espanha mesmo aqui ao lado. Deve ser isto o fado... Salva-se o Almodóvar, o corte inglês e mais duas mãos cheias de coisas, o que não é pouco. Do resto, com uma total ausência de complexo de inferioridade só me lembro daquela música do aserejé, ejé, ejé, dos pajaritos a bailar, do joselito e do cola-cao, do timbre e frequência de voz das espanholas e de todo o cliché que carregam e carregarão como o país do jerez Osborne, de Franco e da castanhola. Olé! FM
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