O “meu” Porto I
Em primeiro lugar tenho que aqui sublinhar que sou alfacinha, quase de gema, e amo muito a minha cidade. Sinto-me sempre em casa quando lá estou, e parece que, ao longo destes anos, ela fala comigo e eu falo com ela.Apesar de ter uma relação parecida com Amesterdão e até mesmo com Barcelona, não à intimidade que tenho com a "cidade branca".
No entanto queria aqui falar da Inbicta, da cidade do Porto. Pois,tenho um encanto especial pelo Porto. Pode dizer-se que é uma relação amor/ódio.
Ir lá "em cima" é como sentir-me no estrangeiro mas em casa. Acho as pessoas diferentes, com uma atitude diferente daquela que há em Lisboa – e isso é bom. Acho-as mais conservadoras e por vezes, honestamente, ainda me faz confusão o sistema feudal que ainda existe na cidade, e nas cidades circundantes.
Para mim os portuenses menos liberais (no sentido de abertura de pensamento). Mas, por outro lado, consigo encontrar coisas que já desaparecem em Lisboa. A simpatia de alguns, certas lojas e cafés que se mantiveram no tempo, o atendimento personalizado, a comida, meu Deus, a comida; O meu reino por uma Francesinha!!!. E tantas outras coisas...
O Porto é um misto de decadência vanguardista. No mesmo local onde muita gente parece ainda não ter saído dos anos oitenta (quer monetariamente, quer a nível de pensamento), encontram-se os melhores arquitectos, escritores, artistas, músicos e letristas do país. É uma cidade que junta o muito rico com o muito pobre. É uma cidade viva, um pouco triste, parada para quem vem de fora, fervilhante para quem lá vive e, para os Lisboetas, é sobretudo uma cidade que se estranha e depois se entranha!
É sobretudo uma cidade com muita personalidade. Como Lisboeta, invejo-lhe alguns recantos, mas como português quero que cresça muito (talvez tornar-se em PortuGaia dentro de anos) – não sou em tamanho mas em igualdade de oportunidades para com as pessoas que vivem na capital.
Tenho saudades do Porto. É isso!
Falar da minha cidade e dos meus co-habitantes com imparcialidade é difícil. Igualmente difícil, ser imparcial ao ler críticas; mas vou tentar ;)
Posted by izzoldaNeste caso, acho que resumiste bem a essência do Porto. E é preciso conhecer bem a cidade para resumir assim as fraquezas/pontos fracos e mesmo assim conseguir salientar as "virtudes". Só não concordo totalmente com a parte de haver menos abertura aqui, porque acho que isso é uma característica de todo o país e de grande parte do povo português em geral. No resto, acho que acertaste.
Há muito, imenso a melhorar, mas isso só com o tempo, e muito será necessário para mudar tudo o que precisa de mudança...
Quanto às saudades, tens bom remédio para as resolver!
quarta-feira, 15 fevereiro, 2006
Obrigado pelo comentário ao post.
Posted by Filipe GilQueria só reafirmar que acho que essa pouca abertura - é apenas a minha opinião, e de alguns amigos lisboetas que vivem no Porto -, se existe é apenas culpa do centralismo do país em que tudo vai para Lisboa e o que sobra vai para o Porto.
Ainda bem que existe Serralves, o Parque da Cidade e a Casa da Música. As cidades são feitas de lugares exclusivos.
Da próxima vez que fôr a Portugal não consigo, mas em Junho, tem de ser!!!
quinta-feira, 16 fevereiro, 2006
Explica lá isso do sistema feudal.
Posted by Pedro Sáquinta-feira, 16 fevereiro, 2006
Nem tanto no Porto, mas mais no Norte. Passo a citar os nomes:
Posted by Filipe GilMesquita Machado; Fátima Felgueiras; Pinto da Costa; Luis Filipe Menezes; Adelino e Valetim Loureiro.
Como é que estas figuras estão há tanto tempo no poder é algo que me espanta. É o culto da personalidade, dos senhores feudais que mandam nos restantes cidadão.
É isso!
sexta-feira, 17 fevereiro, 2006
No resto do País há vários presidentes de Câmara que lá estão há imenso tempo também.
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