Orgulho Português!
Um amigo mandou-me esta história que merece a pena ler. É um orgulho, e sobretudo para mim porque este senhor assinala na zona onde morei mais de vinte anos.
O sinaleiro da cidade
Quem costuma frequentar a zona entre o Príncipe Real e o Largo do Rato, em Lisboa, conhece-o certamente. No cruzamento da Rua de São Mamede com a Rua da Escola Politécnica, as luvas e o chapéu branco, os gestos exagerados, o apito e a farda da Polícia de Segurança Pública (PSP) denunciam-no. No meio da estrada, o Agente Paixão orienta o trânsito. Com o braço esquerdo levantado manda os carros da Rua da Escola Politécnica parar. A mão direita, em movimentos circulares enérgicos, ordena que os condutores da Rua de São Mamede avancem. Depois apita e interrompe a circulação para passar um jovem de bicicleta. Ele agradece com um sorriso. “Bom dia! Já vai atrasado”, diz-lhe o polícia.
Logo a seguir, uma senhora, que atravessa a rua de mão dada com uma criança, cumprimenta-o: “Olá, como está? Com frio imagino! Está cá um gelo”. O sinaleiro responde, numa frase de circunstância, a primeira de muitas nessa manhã. Mas depois, bem mais espontâneo, faz uma festa no cabelo da criança. “As crianças gostam muito mim… Às vezes estou aqui chateado, mas quando um miúdo se ri para mim, passa-me logo”, explica António Paixão, 43 anos.
São vários os cumprimentos, saudações ou solicitações ao longo do dia. Por isso ele responde quase maquinalmente, com frases feitas. Sempre muito educadamente e raramente recusa um sorriso. “As pessoas dizem que eu transmito alegria e simpatia… Tenho um papel social também! E tratam-me como se fosse família aqui. Via passar miúdos que hoje já têm a carta e continuam a passar por mim, mas de carro”, revela o agente.
Há 11 anos que António Paixão está todos os dias da semana, às horas de ponta, naquele cruzamento. Em 2005, a PSP de Lisboa contava apenas com três polícias sinaleiros: ele e outros dois que estão em Xabregas. “O sinaleiro é mais uma tradição, porque era a imagem da Divisão de Trânsito da PSP”, diz-nos. Mas recentemente foi admitido mais um para trabalhar em Belém, que se preparou estagiando na Rua da Escola Politécnica. “O patrulheiro, o polícia que anda na rua, não tem tanta perfeição a fazer os sinais! O que eu disse ao agente que aqui esteve a estagiar foi que o sinaleiro tem de ser elegante e deve ser muito explícito para que os condutores percebam.”
Apesar da boa disposição e simpatia, António Paixão também se chateia e aplica multas como os outros polícias: “Há condutores que desobedecem: eu mando-os parar, mas quando viro as costas arrancam… Tenho que tirar a matrícula e multá-los. E uma vez tive que levar uma pessoa à esquadra porque deu um murro, à minha frente, noutro condutor. É uma chatice: temos que ir todos para a esquadra, elaborar expediente…”
acho uma referência a manter!
Posted by andrea» Enviar um comentário