De socas nos pés

Dos Países Baixos para o mundo...

Finalmente!!!!!


A colecção Berardo irá ficar no Centro Cultural de Belém nos próximos 10 anos (pelo menos) – a partir do final de 2006. Finalmente, Lisboa entra na rota europeia dos bons museus de arte contemporânea, colocando-se assim a par de Madrid (Museu Reina Sofia) , Barcelona (MACBA) , Paris(Centre Pompidou), Amesterdão(Stedelijk Museum) , entre outros.

Estas são daquelas notícias que me fazem ficar contente e orgulhoso de ser português. Não para me armar em elitista ou pseudo cultural, mas porque acho muito importante que uma cidade como Lisboa tenha uma melhor oferta de Museus. Porque as cidades mais turísticas da Europa têm bons museus e isso chama visitantes, e porque a cultura e o avanço de um país também se vê pela maneira como promovem a cultura.

Uma vez li num anuário criativo de Amesterdão que os holandeses não oferecem boa comida ou hospitalidade, ao invés oferecem (aos visitantes) cultura. E muita(o que posso confirmar que vivo aqui já há algum tempo). Agora, nós, em Lisboa, ou melhor, em Portugal, podemos oferecer as duas coisas – ou mais -, bom tempo, hospitalidade, cultura e uma boa oferta cultural. Finalmente!



Aqui, uma notícia que dá conta do que vai acontecer:

No DN de hoje:
"O Museu Colecção Berardo de Arte Moderna e Contemporânea vai ocupar todo o Centro de Exposições do CCB, em Lisboa, obrigando à saída do Museu do Design. O novo museu, gerido por uma fundação ainda a criar, abrirá ao público até ao final de 2006, no âmbito do protocolo de comodato - válido por dez anos e relativo a 863 obras - assinado, ontem, entre o coleccionador José Berardo, o Estado e o CCB.

O acordo põe fim a mais de quatro meses de negociações e foi ontem firmado, no CCB, pelo empresário madeirense; o primeiro-ministro, José Sócrates; ministra da Cultura, Isabel Pires de Lima; o presidente do CCB, António Mega Ferreira, e Renato Berardo, administrador da Associação Colecção Berardo.

O contrato de comodato - ou seja, cedência gratuita de um bem a outrém, para que se sirva dele até o restituir na data combinada - estipula, neste caso, que o Estado pode exercer até 2016 a opção de compra. O preço será definido até 31 de Dezembro por avaliadores da Christie's ou da Sotheby's, segundo o empresário.

Em caso de venda, José Berardo terá de entregar 10% do valor total à Fundação de Arte Moderna e Contemporânea-Colecção Berardo, entidade de direito privado e utilidade pública cujos estatutos terão de ser aprovados nos próximos três meses. Entretanto, o Estado não poderá classificar as obras como património cultural nem colocar entraves à sua saída do País se cessar o comodato.

Presidida a título honorário e vitalício pelo coleccionador, a fundação terá um conselho de administração formado por cinco membros: dois a designar pelo Ministério da Cultura (um dos quais, do CCB, que terá de rever os seus estatutos), dois a designar pelo coleccionador e um escolhido de comum acordo. Além do director-geral e do director do museu, haverá ainda o Conselho da Fundação e o Conselho Fiscal.

A futura fundação terá, já este ano, uma dotação de um milhão de euros, a suportar em partes iguais pelo Estado e pelo coleccionador. O acordo estipula também a constituição de um fundo de aquisição de obras de arte de um milhão de euros por ano, pago nos mesmos moldes.

A Associação Colecção Berardo pode exigir a restituição se o museu não abrir no prazo previsto, se os apoios se atrasarem mais de 60 dias ou se houver utilização abusiva ou conservação inadequada das obras.

"É uma boa alternativa para todos", afirmou José Berardo no final da cerimónia, escusando-se a falar das negociações. "Cedi enormemente, mas não estou arrependido", disse, referindo-se à não construção de um edifício de raiz. Ter o "museu mais visitado do mundo" é o objectivo. Há dez anos que tentava negociar com o Estado e esteve na "iminência de emigrar", levando a colecção, como lembrou ao primeiro-ministro.

Pólo cultural e turístico

A programação será definida pela fundação já a partir de 1 de Janeiro de 2007 e contempla a itinerância de exposições e parcerias internacionais. Mas a instalação definitiva no CCB não deverá prejudicar os compromissos já assumidos. Estado e CCB pagam a adaptação do espaço. A bilheteira será gerida pelo CCB (que tem as obras em depósito desde 1996), as receitas serão da fundação.

"Sai, naturalmente, a ganhar o CCB, mas sai a ganhar a Cultura", afirmou José Sócrates, destacando a qualidade e o "interesse público" da colecção, em termos económicos e turísticos. Agradecendo ao coleccionador pelo seu "exemplo de mecenas cultural [que] deve ser seguido".

Segundo Mega Ferreira, uma colecção assim é única" e a abertura do CCB é "total". Mas "para que o museu funcione, não pode haver duas partes: as duas partes têm que ser um todo que é o novo museu". Com obras de 500 artistas - de Picasso a Bacon ou Andy Warhol -, este acervo contribuirá para colocar Portugal "na rota internacional das grandes exposições de arte", defendeu a ministra da Cultura"
« Home | Next »
| Next »
| Next »
| Next »
| Next »
| Next »
| Next »
| Next »
| Next »
| Next »

terça-feira, 11 abril, 2006

jà hà imenso tempo que não vinha aqui, e vou começar de onde parei... assim não perco nada!

adorei este post, Lisboa merece e não percebi porquê tanto barulho por isto... o Berardo também diga-se que não é flor que se cheire, e por pouco não preferia que se acabasse tudo... é arrogante demais para o meu conceito de coleccionador de arte.
como alfacinha, que venham eles, os Berardos!!!
PARABENS LX!    

Posted by Blogger andrea

» Enviar um comentário

Powered by Blogger