Museu Berardo, onde e quando?
Nós, portugueses, que sem ser o museu de Serralves e a Fundação Gulbenkian, pouco temos a oferecer (e a disfrutar) em termos de Museus, estamos a arriscar em demasia com esta história dos franceses quererem a colecção Berardo.
Será que custa muito que algum dos incompetentes políticos portugueses faculte uma espaço digno a uma das colecções de arte mais importantes da Europa, e mesmo do Mundo. Porque não poderá ficar no Pavilhão de Portugal, Um espaço nobre e muito bonito. Ou mesmo ser construído outro de raiz? Com o dinheiro que se irá eventualmente gastar com o Parque Mayer, daria, sem dúvida, para
Parece que os senhores governantes, quer do Executivo quer da capital portuguesa não perceberam ainda o quanto os museus fazem pelo turismo. Veja-se Madrid, com 3 dos mais interessantes museus do mundo num espaço pouco maior que um quarteirão, ou Amesterdão, onde não há turista que não ande com o saquinho azul do Van Gogh Museum, ou fique 2 horas na fila da AnneFrankHuis ou ainda vá ver o Rijksmuseum (Museu do Reino).
Enquanto se viver a cultura como algo elitista, só para alguns, teremos que continuar a ir ao estrangeiro ver as grandes obras...
O coleccionador e milionário português Joe Berardo já tem quatro locais em França à disposição para albergar a sua extensa colecção, composta por quatro mil obras de arte. A notícia foi avançada ontem pela Agência France Press (AFP), dias depois de Berardo ter anunciado que levará a sua colecção para fora de Portugal, caso não lhe seja atribuído um espaço para a albergar até ao final do ano. As propostas do Governo francês incluem dois locais em Toulouse, um dos quais está ocupado pelo museu dos matadouros, a ilha Seguin em Boulogne-Billancourt e um castelo próximo de Paris. As autoridades francesas têm-se mostrado muito interessadas em acolher a que é considerada uma das melhores colecções privadas de arte contemporânea. Se o acordo for firmado, fontes diplomáticas garantem que o ministro francês da Cultura anunciará o local em Maio ou Junho de 2006.O assunto esteve certamente em debate na quarta-feira, na cerimónia de condecoração de Joe Berardo pelo embaixador de França em Portugal, Patrick Gautrat, em nome do Governo francês, com as insígnias de Cavaleiro da Legião de Honra. Recorde-se que a colecção reúne obras essenciais do período do pós-guerra francês, fruto da relação que desde há muito o coleccionador mantém com aquele país, onde já expôs muitas das obras. "Estou em conversações com o Governo português há sete anos, mas os ministros não param de mudar", declarou Joe Berardo à AFP, confessando que "a minha ideia era construir um local para abrigar a minha colecção e dar oportunidade aos jovens artistas portugueses de verem o que acontece no domínio da arte a nível mundial. Infelizmente, Portugal não partilha as minhas ideias".negociações. Há algum tempo que a colecção Berardo tem estado na mira, tanto do Ministério da Cultura, como da própria Câmara Municipal de Lisboa. Mas o orçamento de contenção da tutela também tem dificultado o processo. O ministério não se pronuncia sobre o assunto, mas o DN sabe que o caso está a ser analisado e que terá havido um pré-acordo de entendimento entre Isabel Pires de Lima e o milionário, após os encontros entre ambos. Por resolver estão questões que se prendem com a preservação da colecção e os seguros que obras deste calibre implicam.Também os contactos com a Câmara Municipal de Lisboa decorrem há meio ano. A ainda vereadora da Cultura da autarquia, Maria Manuel Pinto Barbosa, disse ao DN que "houve e penso que continua a haver o maior interesse em resolver o problema, mas a instabilidade política não ajudou". A vereadora acentua que "devia haver uma posição articulada entre câmara e ministério, até porque a colecção requer quase um novo museu". Maria Manuel Pinto Barbosa recorda que o anterior ministro do Turismo estava interessado na colecção, devido ao grande impacte nos circuitos culturais internacionais. A colecção tem quadros de Salvador Dali, Picasso, Francis Bacon, Andy Warhol, Piet Mondrian e de pintores portugueses contemporâneos, como Júlio Pomar, Vieira da Silva e Paula Rego.in Diário de Notícias 14-10-2005
É a triste realidade portuguesa, somos incapazes de valorizar devidamente as nossas potencialidades.
Posted by AnónimoOs franceses não costumam brincar nestas coisas e certamente que não irão deixam passar esta oportunidade .. nós faremos aquilo que tanto nos é caro fazer: lamentar.
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