De socas nos pés

Dos Países Baixos para o mundo...

Os feriados em Portugal

Como sabem após o Carnaval, todos falam dos feriados, das pontes, dos dias de férias que os portugueses tiram em demasia e que afecta a economia e a produtividade nacional. Dão exemplos do estrangeiro – esse grande país -, e de como lá fora (eu posso dizer “aqui fora”) as coisas funcionam porque as pessoas têm menos pontes, menos feriados e produzem mais. Quase todos os fazedores de opinião e economistas, e restantes “istas” chamam a si a razão. No entanto, eles próprios não deixam de as gozar (quase que consigo imaginar um dos cronistas da nossa praça a acabar a sua crónica no laptop enquanto espera para apanhar um avião para o destino onde irá ter uns dias de descanso).

Para uns são férias na neve, para outros são normais dias passados em família, para outros são dias em que os seus trabalhadores bem que podiam estar a produzir… Mas, no meio desta trapalhada toda, e quando os "istas" gostam de referir os exemplos europeus, com especial incidência no norte da Europa, esquecem-se de falar toda a verdade.

Exemplo: aqui na Holanda, onde estou, quase que não há feriados, contam-se pelos dedos de uma mão, e quando se juntam dois (exemplo, dia da Rainha a 30 de Abril e o 1 de Maio, só um deles é gozado, em geral o da Rainha). Mas todos, ou quase todos os “istas” se esquecem de referir que estes senhores e senhoras têm, numa grande maioria, um dia livre durante a semana. Ou seja, trabalham apenas 4 dias. Um dos dias da semana é dedicado à família, a projectos pessoais ou simplesmente a relaxar. Ainda existe a modalidade de, se não for um dia por semana, é, ao menos, um a dois dias por mês à escolha do trabalhador. E isto passa-se aqui, como se passa no resto do norte da Europa.

Resumindo, a filosofia de trabalho tem de mudar em Portugal, mas a culpa não está nas pontes nem dos trabalhadores que as gozam. A culpa é de todos, do topo à base. Sobretudo na forma de como, por exemplo, trabalhamos em equipa (dica: trabalhar em equipa não quer dizer passar o trabalho que não nos apetece fazer para o colega), e o exemplo que os chefes têm de dar (outra dica: ser chefe é ter mais trabalho e mais responsabilidade, e não o contrário, como muitos fazem). É tão fácil, é preciso é vontade e esperteza.

Bem hajam!
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quinta-feira, 02 março, 2006

Não podia concordar mais. Não são os feriados e as pontes os culpados pela falta de produtividade. Nem é por trabalharmos mais horas que produzimos mais, como já se constatou e constata. É toda uma perspectiva/mentalidade que tem de mudar e há pouca vontade de fazer as mudanças necessárias por parte de quem as pode/deve fazer. Confiamos demasiado nos hábitos instituídos...    

Posted by Blogger izzolda

segunda-feira, 06 março, 2006

Como vocês sabem e muito bem, aí mais para o Norte (e nos Balcãs também) as pessoas entram e saem cedo.

Nós por cá decidimos imitar os japoneses no sair o mais tarde possível por causa das aparências.

Mais grave. Eu cheguei a ouvir da boca de uma camarada que subordinado que não entre antes nem saia depois do chefe é mau trabalhador.

É triste.    

Posted by Blogger Pedro Sá

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