De socas nos pés

Dos Países Baixos para o mundo...

PS a dividir por 2

Concordo com este texto que hoje (25 de Janeiro) é publicado no Diário de Notícias:


O velho PS, o novo PS

Quando, no domingo passado, à hora do jantar, José Sócrates esmagou o discurso de Manuel Alegre - e as televisões esqueceram momentaneamente o critério editorial e jornalístico que deve presidir ao seu trabalho e disseram "amém" ao poder - eu percebi, enfim, o que tinha sucedido ao Partido Socialista. E foi simples o PS, tal e qual o conhecemos, aquele em que a maioria dos portugueses várias vezes tem votado, acabou.

O PS na versão "albergue espanhol" - onde convivem a esquerda mais festiva e o centro incapaz de renunciar às origens e assumir a clivagem -, onde é possível divergir, discutir e recriar, não existe mais. A geração pragmática tomou conta do "aparelho" - e daqui para a frente, quem quiser criar "tendências" ou ousar levantar a voz tem de criar "movimentos de cidadania" ou ir pregar para outra freguesia. Manuel Alegre abriu o precedente de que José Sócrates precisava para, na boa escola de Cavaco (nem por acaso...), explicar ao Partido quais são as novas regras do jogo: quem não está connosco, está contra nós. Matando dois coelhos de uma só cajadada, o líder socialista reformou compulsivamente o soarismo e demonstrou que só ele consegue, nos tempos que correm, vencer a direita. A estratégia terá sido perfeita. Tem apenas uma contra-indicação muitos dos eleitores que nos últimos anos "deram" o seu voto aos socialistas, porque ainda se sentem de esquerda, mesmo quando discordam do Partido, não se identificam com este PS tecnocrata e pouco dado à pluralidade.

Esses eleitores podem agora sentir- -se excluídos. O PS já não é mais o partido de porta aberta. E não há alternativa que sustente estes eventuais sem-abrigo da política - cada vez somos mais, na verdade... No imediato, a lógica de Sócrates sai vencedora. A prazo, a criatura indefinida que cresce e se desenvolve nas margens do Partido pode asfixiar o criador. Até porque, lembrou Soares, "só é derrotado quem desiste de lutar". Essa outra maneira de encarar a política, e a vida - sem desistir, mesmo correndo o risco de perder -, não é ainda muito popular em Portugal. Mas o tempo encarregar-se-á de demonstrar que é mais acertada e profícua do que a ideia feita segundo a qual quem perde fica irremediavelmente... perdido. Pode não ficar. Pode mesmo ficar na antecâmara da vitória seguinte
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quarta-feira, 25 janeiro, 2006

Quem é que escreveu isto ?    

Posted by Blogger Pedro Sá

quarta-feira, 25 janeiro, 2006

Sá, achas que consegues espreitar para a versão de papel do DN, é que no site não está assinado. O que é muito estranho.

Abraços    

Posted by Blogger Filipe Gil

quarta-feira, 25 janeiro, 2006

O autor é Pedro Rolo Duarte.    

Posted by Blogger jota

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