Rescaldo Presidencial #1
Os Vencedores:
A Direita Portuguesa. Em Portugal a qualquer político à direita basta esperar sossegado e aparecer de vez em quando para vencer eleições. Não vale a pena ter ideias, ou ideiais, nem vale a pena ter mérito, porque isso, e se exceptuarmos duas ou três figuras de sublinhada competência (como Teresa Patrício Gouveia ou Leonor Beleza) raramente a direita nacional merece mérito. Foi assim com Durão, que dizia que iria ser Primeiro-Ministro e que só não sabia quando (e foi), e com Cavaco, que bastou estar calado (mesmo durante a campanha eleitoral) durante uma década para ser eleito. Portanto, se és político de direita, chega-te à frente, não faças nada, junta família, sê contra o aborto e aparece na Caras e, com sorte, um dia serás Presidente ou Primeiro-Ministro.
Cavaco Silva. Detesto a sua figura. Mas foi bem aconselhado e conseguiu vencer sem exprimir uma ideia que fosse. Veremos como será no papel de Presidente. Só é triste ver que a República irá comemorar os seus 100 anos de existência em Portugal, com Cavaco como Presidente…o tal que tanto lhe faz viver em República ou em Monarquia…
Os cavaquistas. A alegria dos Cavaquistas deve estar no auge, têm, novamente, o país nas suas mãos. Com um Primeiro-Ministro que não lhes faz confusão, e um Presidente que irá realizar todos os seus desejos. Eles, os cavaquistas, podem rir à vontade.
Manuel Alegre. Que enorme bofetada deu em José Sócrates. Com uma campanha nem sempre muito ética (demasiado poética ou agarrada a valores estranhos, como as romarias aos cemitérios de mortos célebres). Alegre e os seus apoiantes fizeram um esforço enorme, e num curto espaço de tempo, quase que conseguiram passar à 2ª volta. Acredito que, se o tivesse conseguido, seria o próximo Presidente de Portugal. Veremos o que irá fazer com estes votos que conquistou quase sozinho e sem máquina partidária. Quer se goste ou odeie, confirma-se que Alegre é um político diferente.
Mário Soares. Qualquer que fosse a votação, Soares será sempre um vencedor. Quem aos 81 anos deixa o conforto do lar para fazer milhares de quilómetros por esse Portugal adentro, mostra um sentido republicano sem precedentes. Precisava Soares de se ter candidatado? Não? Precisava o país de Soares? Sem dúvida, que sim! Ficará para a história com a mais importante figura do Portugal político do século passado.
A Direita Portuguesa. Em Portugal a qualquer político à direita basta esperar sossegado e aparecer de vez em quando para vencer eleições. Não vale a pena ter ideias, ou ideiais, nem vale a pena ter mérito, porque isso, e se exceptuarmos duas ou três figuras de sublinhada competência (como Teresa Patrício Gouveia ou Leonor Beleza) raramente a direita nacional merece mérito. Foi assim com Durão, que dizia que iria ser Primeiro-Ministro e que só não sabia quando (e foi), e com Cavaco, que bastou estar calado (mesmo durante a campanha eleitoral) durante uma década para ser eleito. Portanto, se és político de direita, chega-te à frente, não faças nada, junta família, sê contra o aborto e aparece na Caras e, com sorte, um dia serás Presidente ou Primeiro-Ministro.
Cavaco Silva. Detesto a sua figura. Mas foi bem aconselhado e conseguiu vencer sem exprimir uma ideia que fosse. Veremos como será no papel de Presidente. Só é triste ver que a República irá comemorar os seus 100 anos de existência em Portugal, com Cavaco como Presidente…o tal que tanto lhe faz viver em República ou em Monarquia…
Os cavaquistas. A alegria dos Cavaquistas deve estar no auge, têm, novamente, o país nas suas mãos. Com um Primeiro-Ministro que não lhes faz confusão, e um Presidente que irá realizar todos os seus desejos. Eles, os cavaquistas, podem rir à vontade.
Manuel Alegre. Que enorme bofetada deu em José Sócrates. Com uma campanha nem sempre muito ética (demasiado poética ou agarrada a valores estranhos, como as romarias aos cemitérios de mortos célebres). Alegre e os seus apoiantes fizeram um esforço enorme, e num curto espaço de tempo, quase que conseguiram passar à 2ª volta. Acredito que, se o tivesse conseguido, seria o próximo Presidente de Portugal. Veremos o que irá fazer com estes votos que conquistou quase sozinho e sem máquina partidária. Quer se goste ou odeie, confirma-se que Alegre é um político diferente.
Mário Soares. Qualquer que fosse a votação, Soares será sempre um vencedor. Quem aos 81 anos deixa o conforto do lar para fazer milhares de quilómetros por esse Portugal adentro, mostra um sentido republicano sem precedentes. Precisava Soares de se ter candidatado? Não? Precisava o país de Soares? Sem dúvida, que sim! Ficará para a história com a mais importante figura do Portugal político do século passado.
Na I República chegámos a ter um Presidente monárquico...
Posted by Pedro Sásegunda-feira, 23 janeiro, 2006
É isto que admiro em ti. A lucidez suficiente para escreveres um rescaldo que, mesmo parcial, se ajusta ao que se passou ! Aqui e ali discordo de alguns pontos, mas na generalidade aceita os meus parabéns ! Sobretudo na análise que fizeste à actuação de Sócrates. De facto ficou claro, no meu entender, que nem ele estava muito convicto na vitória de Soares. A candidatura, ainda que ajudada por deslizes e uma actuação um tanto desastrosa por parte de Soares, não teve o apoio suficiente por parte do aparelho partidário. Mas até aí Soares tem a sua responsabilidade. Não deve demorar muito tempo até ficar claro que esta foi uma candidatura mais imposta que proposta. Zangam-se as comadres...
Posted by BatistaSó mais uma nota. Deixo aqui um incentivo a todos os que te lêem para que pergunte ao socialista Oliveira e Costa que pacto é que ele tinha com Fátima. É que os resultados da sondagem do Expresso não lembram nem ao diabo
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