Fado
door/por Cristina Branco
(J.Slauerhoff - Custódio Castelo)
Ben ik traag omdat ik droef ben,
Alles vergeefsch vind en veil,
Op aarde geen hoogre behoefte ken
Dan wat schaduw onder een zonnezeil?
Of ben ik droef omdat ik traag ben,
Nooit de wijde wereld inga,
Alleen Lisboa van bij de Taag ken
En ook daar voor niemand besta,
Liever doelloos in donkere stegen
Van de armoedige Mouraria loop?
Daar kom ik vele’als mijzelve tegen
Die leven zonder liefde, lust, hoop…
Portuguese version
Será que sou lento por ser triste,
Porque tudo julgo inútil e vão,
E em terras de sol nada mais me assiste
Que uma sombra aquém da imensidão?
Ou será que sou triste por ser lento,
Porque nunca me lanço ao vasto mundo
Só Lisboa junto ao Tejo é meu intento
Onde anónimo como sempre, me afundo
E por isso dou comigo, à deriva
P’las vielas escuras da pobre Mouraria?
Aí encontro muitos como eu, sem via
Os que vivem sem amor, fé, alegria...
Descobri, ao falar com um colega português, do Norte, que existe um pronúncia de Lisboa do qual poucas vezes, ou nenhuma, me tinha percebido da sua existência. Geralmente são os “outros” que têm pronúncia, não eu, nado e criado em Lx.
Quando comecei a falar ele disse: “Pela pronúncia, nota-se que és de Lisboa”. Percebi que afinal existe um lisboês. Fiquei tão contente!!!! Eu, alfacinha, tenho sotaque. Lindo!!!!
Exemplos de diferenças:
Português correcto /Lisboeta
Treze/Treuze
Coelho/Coalho
Abelha/Abalha
Cais do Sodré/Caisxodré
Quando penso no Porto, é nisto que penso:
“Roubei” estas excelentes fotos deste site: http://cidadesurpreendente.blogspot.com
Sendo as fotos da autoria de Carlos Romão, tb autor do site e que desde já aconselho a visitar.
Em primeiro lugar tenho que aqui sublinhar que sou alfacinha, quase de gema, e amo muito a minha cidade. Sinto-me sempre em casa quando lá estou, e parece que, ao longo destes anos, ela fala comigo e eu falo com ela.Apesar de ter uma relação parecida com Amesterdão e até mesmo com Barcelona, não à intimidade que tenho com a "cidade branca".
No entanto queria aqui falar da Inbicta, da cidade do Porto. Pois,tenho um encanto especial pelo Porto. Pode dizer-se que é uma relação amor/ódio.
Ir lá "em cima" é como sentir-me no estrangeiro mas em casa. Acho as pessoas diferentes, com uma atitude diferente daquela que há em Lisboa – e isso é bom. Acho-as mais conservadoras e por vezes, honestamente, ainda me faz confusão o sistema feudal que ainda existe na cidade, e nas cidades circundantes.
Para mim os portuenses menos liberais (no sentido de abertura de pensamento). Mas, por outro lado, consigo encontrar coisas que já desaparecem em Lisboa. A simpatia de alguns, certas lojas e cafés que se mantiveram no tempo, o atendimento personalizado, a comida, meu Deus, a comida; O meu reino por uma Francesinha!!!. E tantas outras coisas...
O Porto é um misto de decadência vanguardista. No mesmo local onde muita gente parece ainda não ter saído dos anos oitenta (quer monetariamente, quer a nível de pensamento), encontram-se os melhores arquitectos, escritores, artistas, músicos e letristas do país. É uma cidade que junta o muito rico com o muito pobre. É uma cidade viva, um pouco triste, parada para quem vem de fora, fervilhante para quem lá vive e, para os Lisboetas, é sobretudo uma cidade que se estranha e depois se entranha!
É sobretudo uma cidade com muita personalidade. Como Lisboeta, invejo-lhe alguns recantos, mas como português quero que cresça muito (talvez tornar-se em PortuGaia dentro de anos) – não sou em tamanho mas em igualdade de oportunidades para com as pessoas que vivem na capital.
Tenho saudades do Porto. É isso!
(E ainda há os D66, um partido Liberal Social. Sem comparação partidária no espectro português. São socialmente de esquerda, e economicamente de direita. Mas não me parece que vá votar neles….não são carne, nem peixe)
Agora vou dedicar-me a ler, ou a tentar ler, o programa de cada um deles.
Comemora-se hoje, 13 de Fevereiro, o cem anos do aniversário do nascimento de Agostinho da Silva. Um dos grandes pensadores portugueses do século passado. Vale a pena fazer a colecção de DVD’s que o jornal Público vai lançar no próximo domingo.
“Claro que sou
cristão; e outras
coisas, por exemplo
budista, o que é, para
tantos, ser ateísta;
ou, outro exemplo,
pagão. O que, tudo
junto, dá português,
na sua plena forma
brasileira”
PENSAMENTO À SOLTA